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Artigo de John O' Mahony publicado em 2004 em WorkersLiberty.org. Se previamente abordaramos a relaçom entre populismo e anarquismo, agora examinamos em mais detalhe a relaçom populismo-marxismo, sempre no contexto da Rússia do s. XIX.
(Por certo, nom creo que volva perder meio dia em traduzir um texto tam longo, assi que o seguinte será diretamente em inglês...)
A meiados do século XIX umha grande onda de rebeliom radical, esquerdista, orientada ao povo -"populista"- desenvolveu-se entre a mocidade educada da Rússia. Em 1874-6 os populistas "fôrom ao povo" no campo com propaganda socialista revolucionária e fracassárom.
O movemento populista Zembla i Volya (ZiV) tentou entom incitar aos labregos a umha revoluçom imediata contra o Zar, e fracassou novamente.
Artigo de John O' Mahony publicado em 2004 em WorkersLiberty.org. Se previamente abordaramos a relaçom entre populismo e anarquismo, agora examinamos em mais detalhe a relaçom populismo-marxismo, sempre no contexto da Rússia do s. XIX.
(Por certo, nom creo que volva perder meio dia em traduzir um texto tam longo, assi que o seguinte será diretamente em inglês...)
A meiados do século XIX umha grande onda de rebeliom radical, esquerdista, orientada ao povo -"populista"- desenvolveu-se entre a mocidade educada da Rússia. Em 1874-6 os populistas "fôrom ao povo" no campo com propaganda socialista revolucionária e fracassárom.
O movemento populista Zembla i Volya (ZiV) tentou entom incitar aos labregos a umha revoluçom imediata contra o Zar, e fracassou novamente.
A seguir, contra a oposiçom do futuro fundador dum movemento claramente marxista, Georgi Valentinovich Plekhanov, os populistas virárom para umha política com forma de terrorismo contra altos funcionários.
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Plekhanov, ao abandonar o congresso da ZiV em Voronyazh em junho de 1879, que sancionou o novo rumo, nom era ainda um marxista, mas estava próximo a sê-lo. Apesar disso, Plekhanov abandonou Voronyazh nom como alguém que rompe com as suas ideas anteriores, senom como o seu defensor contra a maioria do congresso da ZiV o qual, na opiniom do Plekhanov e na realidade, rompera com elas.
Plekhanov ainda era um populista "conservador", um seguidor invariável das ideas de Mikhail Bakunin que orientaram a fase anterior da actividade populista, e nom um inovador. Opuxo-se à decisom do congresso da ZiV de virar a um terrorismo sistemático, nom por ser terrorismo, senom porque o projectado giro ao terrorismo para respaldar a demanda de umha Constituiçom era um giro cara a política. El nom estava em contra do assassinato de funcionários estatais e membros da classe dominante. De feito, um dos seus camaradas, Vera Zasulich, fora um pioneiro de tal terrorismo.
É comum que nos escritos sobre os primeiros marxistas russos se traslade ao período inicial a sua atitude de 20 anos despois cara o movemento terrorista-populista, o "Partido Social Revolucionário" (SRs). Os marxistas russos chamavam aos SRs os "epígonos", os indignos sucessores, do primeiro movemento criado por aqueles com os que Plekhanov rompera em 1879, e denunciavam o seu terrorismo. Mas com anterioridade, o Grupo para a Emancipaçom do Trabalho, a organizaçom marxista que Plekhanov e outros fundariam no exílio em 1883, aprovara explicitamente o terrorismo do Narodnaya Volya, o movemento fundado pólos adversários de Plekhanov na ZiV.
O paradoxo dialéctico é o feito de que Plekhanov se aproximou ao marxismo aderindo primeiro ao velho populismo anti-político contra aqueles que tiraram conclusões políticas tanto do fracasso do movemento de "levar para o povo" a ilustraçom socialista a meiados da década de 1870 como das tentativas da ZiV de suscitar a revolta labrega após 1876.
Na medida em que Plekhanov já era um "marxista" em 1879, tamém o eram os seus opositores da ZiV, quem aceitavam basicamente, embora nom sem misturas ecléticas, a perspectiva marxista da História.
Como se pode ver nas cartas de Marx e Engels, Piotr Lavrov -o "teórico" do movemento de ir para o povo para educá-los sobre socialismo e política no sentido mais lato- tinha na década de 1870 relações persoais estreitas e amigáveis com Karl Marx. Mikhail Bakunin, o inspirador dos "rebeldes" da ZiV, que tentou empuxar os labregos à revolta imediata, traduzira ao russo o Manifesto Comunista. Na última fase de umha vida longa e com múltiples facetas políticas, Bakunin rejeitou o que chamou "socialismo estatal" de Marx. Mas Bakunin proclamava-se de acordo com a interpretaçom da história de Marx. Outros de convicções amplamente populistas traduziriam o volume I d’o Capital ao russo, tam cedo como em 1872.
.Plekhanov já era um "marxista", mas apenas no sentido em que o eram todos os líderes populistas da época. O que o separou da maioria do ZiV em junho de 1879 foi a sua obstinada defensa do Bakuninismo e da aproximaçom Bakuninista à política.
O que implicou entom a conversom d’o "pai do marxismo russo" ao marxismo? Um giro para a classe trabalhadora? Mas na sua etapa na ZiV Plekhanov já tinha virado para a classe trabalhadora, e assi o fixera tamém, embora nom exclusiva ou sistematicamente, a ZiV.
O que implicou a conversom ao marxismo de Plekhanov foi umha revisom radical da concepçom da revoluçom russa comum a todos os populistas, os quais acreditavam que, nas comunas labregas que tinham terras em comum, a Rússia já tinha as estruturas de um socialismo agrário.
Tratava-se de umha variante peculiar do socialismo utópico. Mentres que os típicos socialistas utópicos europeu-occidentais de meiados do século XIX acreditavam no estabelecemento, em algum território salvage –o grupo de Etienne Cabet fixo-o em Texas, na década de 1840- de pequenas colônias socialistas que, em teoria, medrariam a carom do capitalismo e demonstrariam a sua superioridade sobre el, os socialistas populistas russos acreditavam que a comuna labrega e a Mir, que incluía muitos milhões de labregos, constituía umha gigantesca infra-estrutura socialista que só precisava de desfazer-se da classe dominante e da autocracia para constituir umha sociedade plenamente socialista.
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As forças políticas que existírom na Rússia em diversas ocasiões ao longo dos 30 anos prévios à fundaçom da primeira organizaçom marxista em 1883 podem ser denominadas em termos ocidentais como anarquistas, socialistas utópicos, ou jacobino-blanquistas (aqueles que viam o caminho a seguir na toma do poder do Estado). Mas todas elas distinguiam-se dos seus equivalentes no Ocidente pola convicçom de que na comuna labrega já existia o socialismo russo, necessitando apenas de ser libertada da classe dominante.
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Isso deu ao socialismo de mesmo, por exemplo, um Alexander Herzen, quem no momento da emancipaçom do servos (1861) era na prática apenas um liberal, umha sólida realidade social que os distinguia dos seus equivalentes socialistas ocidentais, tanto utópicos como reformistas. Mentres que um socialista reformista no Ocidente se caracterizava tradicionalmente por umha incapacidade para conceber o socialismo como algo totalmente distinto do capitalismo, na Rússia mesmo um populista socialista moderado via um socialismo existente na Mir e o contraponhia aos elementos do capitalismo que estavam a enraizar no país.
.Tipicamente os populistas socialistas viam o surgimento do capitalismo na Rússia como umha ameaça direta e urgente para este, por assi dizer, socialismo "já existente”. Eles acreditavam, e alguns deles o manifestavam nestas palavras, que, se a destruiçom da comuna labrega polas florescentes relações mercantis que apareceram após a aboliçom da servidume em 1861 nom acabava de vez com a comuna socialista labrega, a revoluçom na Rússia havia de vir "axinha ou nunca".
O próprio Marx era um admirador do Narodnaya Volya. Escreveu o seguinte sobre os regicidas julgados por matar o Zar: "Som persoas excelentes até a médula, sem atitude melodramática, simples, sérios, heróicos ... Eles tentam ensinar a Europa que o seu modus operandi é umha questom especificamente russa e historicamente inevitável sobre a qual nom hai mais razom para moralizar –a prol ou em contra- da que hai sobre o terremoto de Chios".
O prefácio de 1882 ao Manifesto Comunista, co-assinado por Marx e Engels, mas provavelmente escrito por Engels, dizia:
"Agora a questom é: pode a obshchina [comuna] russa, embora fortemente prejudicada, ainda umha forma da primitiva propiedade comum da terra, passar directamente à forma superior de propriedade comum comunista? Ou, polo contrário, deve primeiro passar polo mesmo processo de dissoluçom que constitui a evoluçom histórica do Ocidente? A única resposta possível a isso hoje é esta: Se a revoluçom russa torna-se o sinal de partida para umha revoluçom proletária no Ocidente, de jeito que ambas se complementam mutuamente, a atual propriedade comum da terra russa pode servir como ponto de partida para um desenvolvemento comunista".
A mudança decisiva dos fundadores em 1883 do Grupo para a Emancipaçom do Trabalho -Plekhanov, Axelrod, Zasulich, Deutsch, e Ivanov (que morreu axinha)- cara aquilo que entendemos como marxismo consistiu na sua ruptura com todas as variantes do ponto de vista populista. Por um lado, aceitárom que o triunfo do capitalismo na Rússia era irreversível e, por outro, proclamárom que o futuro socialista da Rússia, ao que conduzia um capitalismo que estava a destruir a comuna camponesa, estava inteiramente nas mãos do proletariado industrial da Rússia. Em conseqüência, consideravam a meta prática dos socialistas russos como a criaçom na Rússia de um movimento operário como os da Europa Ocidental.
Muitas perguntas surgírom de esta orientaçom para o emergente proletariado russo. Por exemplo, como agiria o movemento da classe trabalhadora contra a autocracia durante a revoluçom russa, a qual, acreditavam eles, seria umha revoluçom burguesa que poria o capital no poder político? Seriam as diferentes respostas a esta pergunta as que distinguiriam aos futuros mencheviques dos bolcheviques, e a Leon Trotsky de tanto bolcheviques como mencheviques.
No seu primeiro trabalho "marxista", O socialismo e a luita política (1883), Plekhanov reconheceria o papel positivo que a virada da maioria dos ZiV para a política (terrorismo pra obter umha Constituiçom) jogara para sair do cul de sac no que estava aprisionado o populismo anti-político em 1879. Embora apoiasse a sua luita político-terrorista, el oporia agora as suas própias visões “europeu-ocidentais” ao continuísmo do populismo labrego.
Devemos examinar em detalhe a evoluçom dos Plekhanov, Axelrod, Zasulich e os outros, entre a sua ruptura com a maioria da ZiV em junho de 1879 e fundaçom do Grupo para a Emancipação do Trabalho a finais de 1883.
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Tanto a maioria pró-política da ZiV como os antigos crentes populistas plekhanovitas que se resistiam ao giro à política acordárom que nengumha das partes usaria o nome ZiV. A maioria posteriormente se denominárom Narodnaya Volya (a Vontade do Povo), e a minoria no congresso de Voronyazh, Cherny Peredel (literalmente Redistribuiçom Negra, ou seja labrega; num senso mais amplo, Redistribuiçom Total ou completa, isto é, a divisom de todas as terras da Rússia, dos senhorios e do Estado, igualitariamente entre os labregos).
.Um indicador do longo caminho que ainda haveria de percorrer Plekhanov é que chegaria a considerar o programa implícito no mesmo nome de Cherny Peredel como social e economicamente regressivo e reaccionário, pois implicava nivelar cara abaixo a agricultura capitalista a grande escala e substitui-la polo cultivo labrego individual.
Num futuro ainda distante, o governo bolchevique entraria em 1918 em conflito sangrento -sobre esta questom da divisom das terras entre os trabalhadores camponeses, entre outros assuntos- com os herdeiros de aquel programa populista, os SRs de esquerda, os quais após a Revoluçom de Outubro formaram durante um tempo um governo de coligaçom com os bolcheviques, mas oponhiam-se à retençom polo novo estado de terrenos sobre os quais criar granjas agrícolas estatais operadas por trabalhadores assalariados.
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Um dos dirigentes do Narodnaya Volya, Morov, resumiu assi a divisom da ZiV: "Dividimos o própio nome da antiga organizaçom [ZiV = Terra e Liberdade]. A Redistribuiçom Total apropiou-se da Terra, enquanto nós apropiamo-nos da Liberdade, e cada fracçom seguiu o seu própio caminho".
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Moi poucos aderiram a organização de Plekhanov, que se declarou a continuaçom do velho populismo que já tinha demonstrado a sua inadequaçom para a maioria dos seus antigos seguidores. A virada terrorista à política vinhera de aquel fracasso.
Num país sem parlamento, sem direito à liberdade de expressom, livre organizaçom, liberdade de imprensa ou liberdade persoal, onde a "política" oficial nunca foi outra cousa que as intrigas na corte zarista, o terror era a única forma de política radical disponível.
A Redistribuiçom Negra explicou assi aquilo que segundo eles tinha de errado a virada à política: "As manobras políticas nunca e em nengumha parte poderiam garantir a liberdade econômica e política do povo". Criárom o slogan "que o trabalhador tome a fábrica e o labrego a terra".
Na realidade, a Redistribuiçom Negra herdou o peso morto acumulado polos fracassos populistas para mobilizar os camponeses. E o que teria mais importância para o futuro, a Redistribuiçom Negra tamém "herdou" os ensinamentos do “êxito" limitado da ZiV entre os trabalhadores das grandes cidades. Mas isso nom seria propiamente focado até que os fundadores da Redistribuiçom Negra tivessem quebrado com as crenças fundamentais de todos os populistas.
Em 1879 a diferença entre Narodnya Volya e Redistribuiçom Negra nom residia na teoria fundamental. Narodnaya Volya nom repudiava o objectivo de "erguer o povo". A maioria na conferência de 1879 prometeu “apoiar-se" no povo e nom na burguesia. Eles, ao igual que os antigos ZiV e a minoria plekhanovita, tamém estavam ainda a prol do terrorismo agrário (matar senhorios e funcionários locais com o fim de suscitar a revolta dos camponeses), assi como do terrorismo contra o Estado central zarista. Apresentavam o seu terror como umha forma de agitaçom e de "propaganda pólos feitos". Em palavras de umha das heróicas combatentes do Narodnaya Volya, Vera Figner, que passaria 25 anos numha cadea zarista, o terrorismo era "um meio de agitaçom sem precedentes".
O terror era umha acçom que podia ser levada a cabo a vontade por pequenos grupos, parecendo assi libertar os revolucionários do peso morto do "povo", os labregos, os quais revelaram-se imóveis; e o terror foi tamém a linha de menor resistência na sociedade russa.
Grandes porções da opiniom liberal das classes superiores elogiárom os populistas, ao ver os seus golpes contra os tiranos como golpes pola demanda política que eles tinham em comum com os terroristas -umha Constituiçom.
Como todas as inovações políticas que se revelam como câmbios decisivos, o Narodnaya Volya parecia incorporar o velho movemento e apenas engadir-lhe métodos mais eficazes para prosseguir as suas antigas metas. Seguiam a serem socialistas. Eram ainda os defensores da aldea-comuna socialista contra o capitalismo.
O programa de Narodnaya Volya começava: "Nas nossas concepções básicas somos socialistas e populistas". A diferença estava na sua adopçom de novos meios. Por outro lado, como Vera Figner afirmava em retrospectiva: "Nós nom perseguiamos os objectivos finais abstractos da doutrina socialista, senom essas demandas e necessidades da mente popular que incluíam na sua essência o princípio da liberdade socialista".
Embora na prática o seu socialismo tinha significado apenas como o objectivo privado, motivador, "derradeiro" dos militantes de Narodnaya Volya, eles formulárom as tarefas próprias da luita política nas que se concentravam em termos da psicologia do velho movemento anti-político e socialista com o que estavam rompendo.
Narodnaya Volya declarava que a sua actividade terrorista tinha como objetivos: "o enfraquecimento da fascinaçom polo poder governamental, a constante demonstraçom das possibilidades de luita contra o governo, a elevaçom desta forma do espírito revolucionário do povo e da sua fé no êxito do da causa, e, por último, a formaçom de forças preparadas e habituadas à batalha". "O partido", declarava Narodnaya Volya, "deve prestar atençom ao povo com nom menos seriedade". Mas a sua "principal tarefa ... entre o povo é preparar a sua cooperaçom [sic] no derrubo". "À vista da opressom do povo, e umha vez que por meio de repressom especial o governo será capaz de reter o grande movemento revolucionário durante muito tempo, o partido deve assumir el mesmo a preparaçom do derrubo e nom esperar polo tempo em que o povo seja capaz de fazê-lo sem el".
Esse foi o câmbio, com vingança sobre os que pregonaram “ir-ao-povo com a ilustraçom socialista” ou a chamada de Zembla i Volya a umha imediata revoluçom de massas -a política à que aderiu a Redistribuiçom Negra. Agora, pequenas bandas de heróis haviam oferecer as suas acções no lugar das de um povo nom preparado, nom disposto e reprimido.
Assi evolúem estes movementos: por meio de aquilo que sublinham e no que se concentram, e os consequentes efeitos assoladores para aqueles aspectos de si próprios que, "por agora", nom sublinham ou praticam. A efeitos práticos, Narodnaya Volya expressava apenas a procura de umha constituiçom burguesa. Expressava a demanda política que serviria a todas as tendências revolucionárias, excepto os anarquistas, até 1917 - a convocatória de umha Assembléia Constituinte, eleita por sufrágio universal.
Vera Figner resumia a questom em retrospectiva, em 1925: "O terror em si mesmo nunca foi o objectivo do partido. Era um meio de defensa, de auto-defensa, e foi considerado um poderoso meio de agitaçom... o regicídio entrava nesta categoria como um detalhe ... a atividade organizativa e propagandista sempre foi da mão com a guerra de destruiçom".
Mas ela di: "À medida que a luita se aquecia, à medida que o tempo passava e umha magnífica explosom após outra era concebida e executada por nós, a atividade anterior entre a populaçom diminuiu aos seus olhos, o campo diminuiu na distância, a parte do programa ... que falava da atividade no campo gradualmente tomou um caráter puramente teórico, retórico".
A força de Narodnaya Volya estava no feito de que, quando todo o resto fracassara, as pequenas bandas de terroristas tivérom êxito -e, com o assassinato do Zar em março de 1881, um êxito espectacular.
O seu maior êxito, a deposiçom violenta do Zar, tamém revelaria a debilidade desses métodos contra todo o sistema ao que se opunham; o pouco que podia mudar-se do fundamental mediante mudanças nos liderados persoais, que era todo o que a sua inflicçom de justiça a tiranos com pistolas e bombas poderia alcançar.
Mas, na competiçom entre Narodnaya Volya e Redistribuiçom Negra, o êxito imediato tinha toda a importância. Em termos de atividade prática, a Redistribuiçom Negra nom podia fazer nada. Os seus membros, quer caerom na inatividade, quer passarom a Narodnaya Volya. A Redistribuiçom Negra naceu morta. Houvo justiça histórica nisso, porque, como Plekhanov enfatizaria mais tarde, Narodnaya Volya adiantara-os na necessária virada à política.
A morte do Zar nom desencadeou umha revoluçom de massas como alguns deles esperaram. Seis membros de Narodnaya Volya fôrom condenados à pena de morte por matar o Zar, dous deles mulheres. Cinco fôrom enforcados. A sexta, Gesya Helfman, foi apartada do patíbulo a fim de que puidera dar à luz ao bebê que portava. Imediatamente depois morreu na prisom.
Após o assassinato do Zar, a executiva de Narodnaya Volya escreveu umha carta aberta para o novo Zar na que apenas se lhe faziam duas reivindicações:
Após o assassinato do Zar, a executiva de Narodnaya Volya escreveu umha carta aberta para o novo Zar na que apenas se lhe faziam duas reivindicações:
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1. Umha amnistia política geral;
2. Convocatória de representantes do povo.
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A sua "moderaçom" ganhou-lhe a simpatia da "sociedade liberal" na Rússia e no exterior. Foi tamém umha medida de como se afastaram do programa socialista de ZiV -e até do seu própio programa. Agora, apesar do que o programa de 1879 dixera sobre apoiar-se no povo, alinhavam-se com os seus aliados políticos naturais, aristocratas burgueses e liberais. De feito, embora Narodnaya Volya continuou a existir e publicou umha revista no exílio, editada por Piotr Lavrov, a repressom essencialmente esmagara o grupo.
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Em todo isto a Redistribuiçom Negra e os seus líderes foram marginalizados politicamente. Eles manifestaram o seu apoio para Narodnaya Volya e solidarizárom-se com os seus militantes. O mesmo fixo Karl Marx.
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Movérom-se só lentamente cara o novo terreno político que rejeitaram em princípio em 1879 -e cara a fundaçom do primeiro movemento marxista nom-populista de Rússia, o Grupo da Emancipaçom do Trabalho, em setembro de 1883.
O aspecto central da evoluçom teórica do grupo foi a existência de um forte movemento da classe trabalhadora na Europa e a nova e crecente classe operária na Rússia. Embora ainda politicamente ligado ao movemento populista, incluindo ZiV, o proletariado russo já entrara em acçom como umha classe de seu e incipientemente como umha força política de seu.
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