Isto começou sendo a história de Mohamed, e agora já é a história de milhões de persoas. O efeito bolboreta. Uma faísca que prendeu numa garrafa de gasolina. Parece uma metáfora, mas em parte é literal, a metáfora vem agora. Bem logo a garrafa virou mar, um mar agitado que inunda o mundo árabe, de Argélia ao Iémen. Alguns regimes já se desmoronárom: caiu o governo em Tunísia, caiu Mubarak, semelha que Gaddafi vai polo mesmo caminho. Grande mérito o dos povos que protestárom, derrubárom, e mesmo tomárom o poder. O mais difícil seria chegar a substituir as velhas estruturas, superá-las autogerindo-se. Disque se está a fazer em Líbia, e oxalá sigam por esse caminho. Impossível que o fagam totalmente... mas por que nom manter algo de esperança, mentres se poida. Isso si, é impossível esquecer que o próprio Gaddafi manejava uma retórica impecável (socialismo, laicismo, democracia de base, autogestom, panarabismo...) quando chegou ao poder.
A mim este estoupido colhe-me totalmente desprevenido. Coido que a todo o mundo lhe passa igual. E nom é que nom fosse previssível. Ao contrário, era quase de manual, ou? Deveria sé-lo. Levamos tempo a dizer que a crise está aqui para ficar, que o sistema se tambalea, que algo tam "apolítico" como uma rede social pode facilitar uma revolta... e o que está a passar é conseqüência lógica. Claro que se cadra nom críamos de todo no que estavamos a ouvir e dizer.
Eu som mais bem pessimista, a verdade. Mas Outra Esquerda está mais por saudar a luz que assoma polas regandixas que por dizer que aginha a vai tapar uma cortina. Assi que, deixemos o tema com ánimo festivo e a música do Rachid Taha: Rock the Casbah! :-D
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