Sacado dum texto escrito por John Fedler, jornalista, membro do kibutz Beit Haemek (Outubro de 1999). Proximamente, a continuaçom.
Passou quase um século desde que um pequeno grupo de jovens judeus que emigraram da Europa oriental, inspirados no sionismo e o socialismo, fundassem a primeira kvutzá ("grupo", em hebreu, posteriormente chamado kibutz, "comuna", quando o número de membros creceu) nas ribeiras do Mar de Galilea.
Esses jovens viam na kvutzá umha comunidade mui unida entre si e igualitária, baseada na propiedade comum dos meios de produçom e de consumo, na qual todos tomavam decisões por voto de maioria e assumiam juntos as responsabilidades.
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Apesar dos contratempos econômicos e umha ideologia em declive, o movimento kibutziano se transformou no maior movemento comunitário do mundo.
Perto de 120.500 pessoas vivem em 269 kibutzim ao longo de todo o país, desde os Altos do Golã ao norte até o Mar Vermelho no sul. O número de membros vai desde menos de cem em alguns casos até mais de mil noutros kibutzim; a maioria conta com várias centenas de membros.
Se bem cada kibutz é umha unidade social e economicamente autônoma, as federações nacionais coordenam as atividades e tamém alguns serviços. A federaçom nacional mais grande é o Movemento Kibutziano Unificado, usualmente mencionado polo seu acrônimo hebreu TAKAM, à qual se encontram filiados cerca de 60% dos kibutzim. Aproximadamente 32% deles pertence ao movemento Hakibutz Haartzí. A terceira federaçom é Hakibutz Hadatí (kibutzim religiosos), à qual está afiliado o 6% dos kibutzim. Finalmente hai douss kibutzim ultra-ortodoxos que pertencem ao movimento Poalei Agudat Yisrael.A maior parte dos kibutzim tenhem umha disposiçom similar, as instalações comunais como a sala de jantar, um auditório, os escritórios e a biblioteca no centro, rodeadas polas casas dos membros e os jardins. As instalações educativas e deportivas atopam-se atrás destas e os edifícios industriais e a terra cultivável no perímetro.
Por definiçom um kibutz (ou kvutzá) é:
"... umha comunidade coletiva voluntária, geralmente agrícola, na qual nom existe a propiedade privada e que é responsável por todas as necessidades de seus membros e suas respectivas famílias" (Enciclopédia Judaica, 1969)
"... umha organizaçom de assentamentos que mantém umha sociedade coletiva de membros baseada na propiedade comum dos bens. Os seus objetivos som o trabalho persoal, a igualdade e a cooperaçom em todas as áeas da produçom, o consumo e a educaçom" (Definiçom legal no Registro de Sociedades Cooperativas)
Os começos
In 1909 um grupo de jovens pioneiros que desecavam pantanos perto de Hadera e viviam como umha comuna coletiva decidírom criar umha fazenda independente, propiedade dos seus membros-trabalhadores, em Degania, formando assi a primeira "kvutzá". Outros grupos seguírom o seu exemplo e para a Segunda Guerra Mundial havia mais de 30 comunidades desse tipo na Palestina.
Estes "pais fundadores" imigraram a fins do século XIX e princípios do século XX principalmente desde a Rússia e estavam imbuídos polos ideais socialistas e o espírito da época, inspirados na Revoluçom Russa. Acreditavam tamém num sionismo baseado no retorno à Terra de Israel e no cultivo dos campos. Achavam que dessa maneira chegariam à criaçom de umha nova identidade judia, e esta posiçom expressava tamém a sua posiçom política na fundaçom de assentamentos judeus na Palestina.
Estas primeiras povoações viam-se a si mesmas como famílias ampliadas e contavam com poucos membros. Por exemplo, em 1913-14 Degania tinha só 28 integrantes. Eram pobres, a vida era dura e as tarefas centravam-se na agricultura, que requeria o dessecado de pantanos, a remoçom de rochas nas colinas e a transformaçom de partes do local ermo em férteis campos de lavoura. Deviam enfrentar tamém o excessivo calor, a malária e as doenças vinculadas com a desnutriçom.
A vida social girava em torno da sala de jantar, no qual a gente se encontrava, comia e falava. As decisões se adotavam por meio da democracia direta. Nas discussões, que freqüentemente se prolongavam até as altas horas da noite, os membros resolviam como distribuir os trabalhos do dia seguinte, cumprir com suas obrigações, os afazeres da cozinha e outras tarefas; tamém debatiam os problemas e tomavam as decisões pertinentes.
O crecemento
Durante as décadas do 20 e do 30, nessa sociedade de assentamentos formada por pessoas soas começárom a formar-se famílias, que levárom à criaçom da escola e a guarderia infantil. Começaram a surgir pequenas indústrias, geralmente como extensom da agricultura, que rapidamente se transformárom em empresas rentáveis. Os kibutzim medrárom e começárom a ser comunas grandes e auto-suficientes, que combinavam a agricultura com a indústria.
A década do 30 foi tamém testemunha dos começos de um movemento kibutziano religioso que, a diferença de seus predecessores laicos, via como ideais do movemento, além da igualdade, a ajuda mútua e a construçom do país, a concretizaçom de umha vida judia.
Para 1948, com o estabelecimento do Estado de Israel, os kibutzim tinham alcançado nom só criar umha sociedade singular, mas tamém eram em muitos aspectos um instrumento na luta para a criaçom do Estado e seu primeiro desenvolvimento. Os kibutzim tiveram umha funçom chave no assentamento de zonas afastadas e junto às fronteiras do futuro estado, na absorçom de novos imigrantes, na defensa e no desenvolvemento agropecuário. Desde que essas funções passárom a mãos do governo, a interaçom entre os kibutzim e a sociedade geral diminuiu grandemente; se bem nunca desapareceu totalmente, hoje em dia é marginal.
Nas primeiras décadas da vida independente do estado, apesar de alguns altos e baixos se viu um acelerado crecemento dos kibutzim, tanto em nível demográfico como econômico. Naceu umha terceira e umha quarta geraçom de kibutznikim (membros do kibutz) que deu lugar à formaçom de grandes grupos familiares. O nível de vida aumentou; na década do 60 creceu mais rapidamente que no país em geral. Num lapso de 75 anos, a populaçom do kibutz creceu continuamente; a partir de 1990 encontra-se em leve declive.
A crise das decadas do 80 e 90
Na década do 80, a inflaçom de três dígitos e as exorbitantes taxas de juros levaram a muitas fábricas kibutzianas (junto com muitas outras empresas particulares) e às comunidades nas quais elas se encontravam praticamente à ruína. As dívidas que os kibutzim tinham contraído com os bancos creceram drasticamente junto com a inflaçom (que em 1984 chegou ao 450%). A macroinestabilidade causou severos problemas ao movemento kibutziano, que tinha tomado grandes empréstimos para o desenvolvemento das suas indústrias, e umha mudança na sua estrutura interna. Em 1985, um terço dos kibutzim se encontravam em dificuldades financeiras.
O governo, os bancos e as federações kibutzianas chegárom a dous grandes acordos para o cancelamento e a reestruturaçom das dívidas. O preço foi elevado: alguns kibutzim devérom vender terras de labor para pagar as suas dívidas; outros devérom reduzir os seus custos operativos, encontrar novas fontes de ingressos e aumentar a sua produtividade. Com freqüência isto requeriu recortes drásticos na comida, a assistência médica nom essencial, a educaçom e as viages, assi como o abandono de certas concepções ideológicas largamente sostidas, especialmente no campo da igualdade.
Fatores nacionais e gerais influíram tamém no pensamento kibutziano: ideologicamente, o colapso da URSS cumpriu a sua funçom; os membros do kibutz passavam mais tempo viajando polo exterior e se viram expostos às novas tecnologias das comunicações globais: a televisom por cabo ou por via satélite que entrou a muitos lares kibutzianos, e rapidamente se divulgou o uso do computador e a Internet, tanto no trabalho diário como no fogar.
Como resultado de todos estes fatores surgiu umha onda sem comparaçom de autobúsqueda, de reconsideraçom dos princípios e os valores básicos e de mudança. Todo este processo continua até o presente.
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