A deriva autonomista e centrista do BNG está a deixar cada vez mais oco à sua esquerda. Hoje em dia existem diversos colectivos organizados dentro do que denominariamos esquerda independentista: a FPG (com as suas mocidades Adiante-MIR); a organizaçom de massas Nós-UP (dentro da qual está o partido Primeira Linha, as mocidades Briga e AMI e o sindicato de estudantes AGIR); o colectivo Unidade da Esquerda Galega -escissom do BNG do ano 2006, criado em Vigo por Lois Pérez Leira e outros, que participou na candidatura Vigo de Esquerda junto a Nós-UP-; assi como outras organizações como a CUT, Ceivar, etc. Historicamente dividido, o "independentismo nom-BNG" concorreu este ano a umha manifestaçom unitária o 25 de julho, convocada pola organizaçom Causa Galiza, que tenta ser um foro para a coordinaçom e o diálogo entre os diferentes sectores. Semelha que paseninho se vam dando os passos para a desejável unidade de acçom (que nom necesariamente unidade orgánica) do independentismo revolucionário.
Ademais, dentro do BNG existem dous colectivos de recente criaçom que apostam claramente pola independência e denúnciam a direitizaçom da frente: o Movemento pola Base (com as suas mocidades Isca!) e o Encontro Irmandinho. Além disso, outro partido do BNG como Esquerda Nacionalista declara-se abertamente independentista e critica tamém a linha política actual do BNG, tendo presentado a candidatura A Alternativa na passada Assembleia Nacional do Bloque.
Neste artigo de Xurxo Martínez, publicado no Novas da Galiza nº 57, 15 agosto-15 setembro 2007, analisa-se a situaçom actual do independentismo galego, avogando pola sua reestruturaçom. Continuamos assi em Outra Esquerda esta temática que já se abordara no artigo de García Crego que recolhimos o mes passado.
Passado o Dia da Pátria cumpre encetar novas vias de diálogo e trabalho entre as forças que integram Causa Galiza. O êxito da convocatória pode calcular-se observando como foi silenciado polos grandes meios de comunicaçom. Agora já nom há fotos de quatro gatos. A imagem mudou e por isso nom deveu entrar numha só foto. A unidade somou forças e esforços que se devem ter em conta para assumir umha responsabilidade maior, para que Causa Galiza tenha futuro.
A dialéctica histórica levounos a um novo chanço no processo de libertaçom nacional que responde ao próprio devir da luita pola defesa dos direitos políticos da nossa naçom, isto é: provincialismo, regionalismo, nacionalismo e, agora, arredismo. A análise da história é pedra angular para poder enfrentar as políticas actuais do arredismo, dado que nos exige seriedade, patriotismo e trabalho abnegado. O BNG está a deixar um espaço ermo onde trabalhar.
Desde antes da última assembléia nacional do Bloco, no ano de 2006, já se percebia o que eles chamam “umha mostra de diversidade ideológica”, quer dizer, as próprias tensons internas de um BNG partido em posturas tam fulcrais como o assemblearismo, a política institucional ou as análises na reforma “do cadáver estatutário”. Continuam a manter-se essas “divergências democráticas” no seu seio.
Recentemente conhecemos a notícia da constituiçom do Encontro Irmandinho, como corrente de pensamento em cujas fileiras convive gente filiada e nom filiada ao Bloco, liderados todos por Beiras (note-se bem: pessoas sem vinculaçom com o BNG podem ser membros do EI). E este Beiras continua na teima de ‘provocar’, de expressar publicamente os seus desacordos ede aparecer comprometido num Courel ou numha Reganosa que para o seu partido som, no mínimo, assuntos espinhentos. A propósito, no livro-compêndio de artigos que lhe publicárom em GaliciaHoxe tem umha introduçom de apenas cinco parágrafos em que há duas pulhas importantes à UPG. “Divergências democráticas”?
O Movimento pola Base e Isca! estám a participar nas assembleias da Causa Galiza e alguns mesmo acudírom à manifestaçom deste colectivo no 25 de Julho. Os textos que dissertam sobre a posiçom actual do BNG som sintomáticos de umha profunda diferença. Tanto é assim que estám a preparar o processo para se constituírem como colectivo dentro do BNG, mas com uns princípios reitores que som a autodeterminaçom e o marxismo em essência, nom em papel molhado. Também incluem as críticas ao modelo e política institucional. A 28 de Outubro produz-se a sua constituiçom. Outra “divergência democrática que mostra a pluralidade do BNG”?
Isto nom quer dizer que ambas as linhas de acçom vaiam compartilhar connosco um futuro imediato de unidade, mas abrem um debate importante sobre o papel do BNG como partido, sobre a sua praxe e interesses de acçom. E nesse debate será questionado o papel do nacionalismo maioritário actual quanto aos objectivos da autodeterminaçom e da emancipaçom social das camadas trabalhadoras. Isto exige-nos, aos sectores arredistas actuais, umha superaçom de velhas disputas, umha visom de naçom (portanto, adeusinho aos personalismos e caprichos infantis) e sermos conscientes do momento histórico que nos toca arar e que pode iniciar umha nova caminhada à procura da autodeterminaçom e do socialismo para a Galiza.
Cumpre responsabilidade e acertos, afiançar os passos dados (sem estarmos apressados por data nengumha) e criar umha base sólida de trabalho comum para as organizaçons soberanistas. Nom devemos marcar objectivo nengum de imediata unidade pois pecaríamos de atrevimento. Devemos saber canalizar a ideia de que a unidade dá força e vertebra o arredismo num Dia da Pátria, mas isso deve estar expressado na aproximaçom das diferentes sensibilidades da Causa GZ. Precauçom, que os bois puxam do carro quando o carro tem rodas.
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