De esquerda a direita: X.M. Beiras, Camilo Nogueira, X.L. Méndez Ferrín, M.A. Abraira e X.M. Pazos
Com 70 anos já cumpridos, estes três protagonistas da história recente da política galega juntárom-se em Vigo o passado 18 de dezembro para analisar o presente e futuro da esquerda nacionalista. Fôrom invitados polo polo recentemente criado Foro Galiza de Pensamento Crítico, representado na mesa por X.M. Pazos (Esquerda Unida) e M.A. Abraira (Movimento pola Base - BNG), quem lamentou a ausência de Bautista Álvarez, outro -ehem- rapazolo. Se bem é certo que a escolha destes três veteranos numha palestra sobre o "presente e futuro" era quiçais algo incongruente, tamém é certo que a expectaçom gerada foi dificilmente superável, até o ponto que o auditório de Caixa Galicia já ficara pequeno antes da hora de início prevista, e chegou a acolher o duplo de persoas das que era capaz de sentar (menos de 100 cadeiras).
O formato escolhido foi o de intervenções individuais duns 15 minutos, seguidos dumha rolda aberta de preguntas desde o público que seriam respondidas (todas juntas) polos três convidados de jeito individual. Infelizmente, esta estrutura fijo com que o diálogo entre os oradores fosse nulo. Nom houvo ali intercâmbio de pareceres, nem interacçom algumha que nom fosse o de lembrar algumha anécdota comum. Ainda pior, o feito de aparecerem os três de forma conjunta provocou que tentassem ocultar as suas diferenças (eliminar o "negativo"), mais sem que isto conduzisse a nengum tipo de conclusom prática (carência de novos pontos de vista ou acordos em "positivo"). Nula dialéctica entre eles, em suma; e apresentando de cara ao público umha postura defensiva que tampouco impulsou o debate senom a reafirmaçom das ideas próprias.
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Começou Xosé Luís Méndez Ferrín fazendo umha crítica à totalidade da situaçom actual, e particularmente à labor do BNG e o PSOE, a quem chegou a responsabilizar (isto é umha anécdota, mais significativa) de tolerência com alguns brotes racistas existentes no país. Do governo bipartito nom salvou nada, dizindo que se limitaram a aprofundar na política neoliberal do PP. Incomprensivelmente, dixo esperar que este governo se revalidasse nas vindeiras eleições, já que a alternativa, o PP, representa "a peste". Mais se o bipartito é, segundo semelha, ainda pior, nom se entende (quando menos nom foi explicada) esta preferência, a nom ser por simpatias persoais. Em suma, meeting da FPG, e turno para o seguinte.
Camilo Nogueira Román começou lembrando a sua relaçom com Vigo e confesando ter sentido alguns nervos inesperados à hora de falar (por certo que a Ferrín lhe tremera um algo a voz, ve-se que o auditório imponhia mais do que sugeria o seu cativo tamanho). A seguir deu um speech tamém conhecido a estas alturas: elógio de Europa e do papel da Autonomia (ainda que incluiu umha certa autocrítica por ter sido excessivamente optimista a respeito dela), algumha alusom ao tema que o ocupa ultimamente (a História da Galiza), e a relaçom com o mundo lusófono. Sobre isto deixou claro que nom lhe dá importância à norma ortográfica -chegando a louvar a normativa do ILG- e afirmou que se daria por satisfeito com que a RAG dixesse abertamente que no Brasil se fala a mesma língua que aqui. Sobre o tema lingüístico, veja-se esta página do Portal Galego da Língua onde se informa do falado sobre a questom nesta palestra, incluindo fragmentos de áudio.
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Finalmente, Xosé Manuel Beiras Torrado cumpriu com o prognóstico e incumpriu amplamente a limitaçom de 15 minutos para as intervenções individuais. Repasou os temas que o (pre)ocupam actualmente, bem conhecidos para os leitores das suas colunas no Galicia Hoxe. Incidiu novamente nos aspectos expostos na sua Declaraçom de Láncara (ética, republicanismo, cooperaçom, assemblearismo, etc), bordeando por momentos o perigo de cair num meeting do Encontro Irmandinho. Recente ainda o Foro Social Galego, o movimento altermundista tivo protagonismo no seu discurso. Comentou tamém a crise económica, da que se verá, dixo, se fai surgir umha alternativa socialista ou apenas umha fugida cara diante do capitalismo, e a situaçom do Estado Espanhol, ao seu juizo numha crise tam grave que só o salvaria umha hipotética Terceira Restauraçom.
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Por último, rolda de intervenções dende o público com as conseguintes respostas dende a mesa. Entre as questões colocadas, a relaçom cultural entre Galiza e a lusofonia, a possibilidade de colaboraçom entre a esquerda nacionalista e a espanhola ou o papel do "parlamentinho". Pouco mais se aportou nesta parte, e de feito as duas preguntas referentes à questom lingüístico-cultural galego-portuguesa ocasionárom umha reacçom defensiva nos três (!) ponentes, algo agardado no caso de Ferrín mais nom no de Beiras e Nogueira. As palavras finais fôrom para Beiras, quem lançou um aviso para navegantes: lembrou primeiro que muitos que se foram do BNG laiando-se de que dentro nom se podia fazer nada, ao sair fixeram menos ainda; e mostrou-se disposto a participar em movimentos sérios surgidos do seo da sociedade, mais "em aventuras, nom".
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2 comentários:
Grazas pola crónica. A pesar de que non achegaron "solucións", foi sen dúbida un acto de nível e abusando da confianza, "histórico". Onde estabas ti cando mataron a Kennedy? Onde estabas ti cando Camilo, Ferrín e Beiras falaron xuntos en Vigo? Por certo, se a organización do acto o gravou en video estaría ben colgalo da rede.
Mágoa non estar en Vigo. Desde logo debeu ser interesante e constructivo. Aínda que non achegaran solucións. Quen sabe, do debate sempre é posible que xurda algo. Ainda que supoño que esta debera sair xa doutras cabezas. Cales? Bonita pregunta. Quen pode ser o lider ou os lídres da esquerda nacionalista? Desde logo Quintana non.
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